segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Presente.

Há pouco tempo ouvi um culto interessante. Ele disse que ao desistir de seus olhos, todo o resto começou a aparecer. Os dedos que o permitiam ler, a mente que o fazia pensar também.
Aquele homem de Deus, cego fisicamente, disse que o que mais o prendia era seu anseio. Até conhecer Jesus, detentor de uma única verdade e liberdade.
Fiquei a imaginar o que me prende mais diante de Deus.
Pensei devagar, durante alguns dias. Uma semana e alguns quebrados.
Observei que minha maior angústia e frustração era causada por um único vício: ganância. Ganância de ser alguém que não sou e que de forma alguma serei. Ganância que não quer abrir os olhos, que não quer abrir o punho cerrado na frente do espelho. Ganância de uma perfeição solitária.
Graças a Deus alguma luz foi acesa dentro de mim, até mesmo por meio dos olhos escuros que tenho. Iluminando todo o corpo até chegar no mais fundo, no final do coração.
O estranho, é que aceitando esse convite, abrindo mão do que você chamava um dia de ''eu'', os milagres passam como o vento e a graça permanece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário