sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Nuance. Pipas.

É muito interessante como você tem encontros a todo momento com pessoas que você não faz ideia de quem sejam e o que fazem. Você não faz ideia de quem seja um atendente quando você está tomando simplesmente um café. Eu não fazia ideia.
Hoje acabei me atrasando para minha aula teórica da autoescola. Como o detran tem questões muito burocráticas, não pude entrar na aula, de qualquer jeito. Sem rumo, com um livro e apostila, fui à cafeteria onde marquei de me encontrar com uma amiga. Uma amiga-contato, na verdade.
Logo de cara fui muito bem recepcionada. Achei o atendimento diferenciado e me impressionei com a forma como aquele moço era polido de forma tão natural.
Passei a ler boas páginas do livro Inteligência Emocional que conta também sobre a questão da consciência de suas emoções, habilidades e o grande resultado sobre tais fatores em momentos e caráter de uma pessoa. Então, observei o homem que me atendeu e estava por perto, dando todas as opções possíveis para o meu conforto. Até repelente.
Percebi, vendo-o que ele parecia ser uma pessoa muito confiante ou segura. Quando ele começou a falar sobre o café, o perguntei, ainda admirada com sua polidez, o que fazia fora o horário de trabalho. Imaginei, com boa certeza que seria um estudante de administração, ou qualquer coisa que estivesse inteiramente ligado à comunicação. Então, ele me responde que é grafiteiro e participa de um projeto a fim de ajudar crianças e mulheres em horários livres. Muito interessante. Fiquei mais curiosa, e perguntei a ele os motivos. Por que ele fazia um projeto beneficiente, por que ele, sendo grafiteiro, trababalhava na cafeteria, e mais alguns porquês. Ele me respondeu, sem medo, sem pudor, de forma clara e simples. Ah, e interessante, porque nunca vi um grafiteiro.
Ao longo da conversa, descobri que ele mora em uma favela, que pinta há bons anos, que defende um ímpeto e valor muito consideráveis e tem uma conversa interessantíssima.
Incrível! Como ele tem potencial. Tão inesperado. Fiquei muito feliz de poder conhecer, tão simples assim, uma pessoa tão diferente.
Todas as pessoas tem uma capacidade muito maior do que a sociedade as rotula, moldando-as a entrarem na máquina padrão de um "cidadão".
Deus é incrível. Espero poder ver esse moço de novo, poder falar sobre Deus, se der, não sei. Porque todos também "merecem" conhecer Deus.

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