segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Poltronas


Novembro/Dezembro de 2012


Chegando o final do ano as coisas começaram a mudar. Com o passar do semestre, muito do que estava habituada mudou de novo. Organização, trabalhos, pessoas, experiências. Só que no meio disso me aprofundei no meu conforto lapidado da certeza.
Com o passar da correria e a chegada de algumas pressões, comecei a observar aquilo que importava demais para mim. Como estava agindo com as outras pessoas, porque, queria sim, sobreviver. Queria entender essa droga de gingado que nunca consigo ter de socialização. Só que para remanejar e entender as pessoas, comecei a tomar posse de todos meus pensamentos em grandes julgamentos. Aquela pessoa é assim, porque fez isso e aquilo e talvez ela pense isso de mim por causa disso e aquilo. Só que ao passar dos trabalhos em grupos, já que todos meus trabalhos da faculdade são em grupo, comecei a perceber que havia muita coisa que não conseguia acompanhar.
Seja por dificuldade, por falta de organização, por preguiça, desleixo ou negligência, fiquei a parte do que eu tinha certeza que estava seguindo.
Então comecei a entrar nos meus mais confortáveis sentimentos que viam todos e tudo contra mim. Tudo que eu não estava apta a fazer era obviamente culpa de cada situação ou atitude minha. Só que eu entrei em um zen de pensamentos, de reflexão, de indignação que tudo virou em  Eu e o controle remoto de todos os Programas.
Tive certeza absoluta que estava sendo um grande incomodo por minha incopetência. Só que as palavras dentro de mim ganharam uma amplitude muito grande.
Eu não consigo porque Eu sou incapacitada. A situação em que Eu estou inserida porque Eu acho que essas pessoas não aceitam o Eu estava tentando fazer.
Tive uma grande certeza no meio de todo esse sentimentalismo, pensamentos e negligência. Eu tinha o controle e eu havia perdido tudo aquilo. Então tudo se tornou caos.
Caos de ser desorganizada caos de não conseguir.
Comecei a imaginar as piores situações possíveis e que nada mais daquilo valia a pena, porque "eu não..." qualquer coisa.
Entrei em pânico, comecei a vomitar toda minha confusão para as pessoas esperando qualquer consolo ou direcionamento. Àquelas que estavam se preocupando verdadeiramente comigo apenas usei de grande pretexto para achar qualquer resposta.
Tudo foi confusão, confusão e confusão.
As coisas só acabaram por se acalmar porque eu comecei a perceber que tinham coisas que eu tentava até o fim mas que realmente não valiam absolutamente nada.
E em tudo isso Deus estava lá. As pessoas que me amavam estavam lá, a situação era a mesma. Eu estava diferente.


Fugi tanto que descobri que não havia mais saída para negligência. Tenho um propósito, estou em uma atividade, as coisas estavam acontecendo.
Apesar de ter sido muito mal agradecida e ignorante nos momentos que falaram comigo, agradeci depois a Deus por cada momento que se importaram comigo. Entendi que realmente não estava tão sozinha como pisei e afirmei que estava.
Hoje recebi uma grande benção de ouvir que sou especial.
E não foi um consolo, graças a Deus porque consolo meu é que não faltava. Mas uma afirmação de uma amiga que havia desconsiderado no meio da minha nuvem de pensamentos na minha poltrona de certezas.

É bom entender que as coisas tem eixo. Jogar tudo para o alto, rasgar tudo que está a minha frente não me tirará de nada, apenas me levará mais longe da resposta. Que nunca esteve em nenhuma das pessoas que apelei tanto a conversar, mas em Deus.
Como é bom ter a vida de Deus. Tenho certeza que se fosse por mim, nada disso: sonhos esperança, seguir em frente faria sentido. Apenas estaria fazendo porque precisava e estaria em um verdadeiro vazio que mal eu saberia que estaria inserida.

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